segunda-feira, 14 de março de 2011

Expressões populares: origem e significado

Sempre tive curiosidade de saber como surgiram certas expressões que usamos tanto em nossa linguagem. Um dia assisti num programa de tv a origem da expressão "feito nas coxas" e achei muito bacana. Hoje fiz um apanhado de um bocado delas e pus aqui.
___________________________________________

NAS COXAS - As primeiras telhas dos telhados nas Casas aqui no Brasil eram feitas de argila,que eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da Africa. Como os escravos variavam de tamanho e porte fisico, as telhas ficavam todas desiguais devido as diferentes tipos de coxas. Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.

CALCANHAR DE AQUILES - De acordo com a mitologia grega, Tétis, mãe de Aquiles, a fim de tornar seu filho indestrutível, mergulhou-o num lago mágico,segurando-o pelo calcanhar.Na Guerra de Tróia, Aquiles foi atingido na única parte de seu corpo que não tinha proteção: o calcanhar. Portanto, o ponto fraco de uma pessoa é conhecido como calcanhar de Aquiles.

VOTO DE MINERVA - Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

CASA DA MÃE JOANA - Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

CONTO DO VIGÁRIO - Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que,mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

NÃO ENTENDO PATAVINAS - Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova, sendo assim, não entender patavina significa não entender nada.

SEM EIRA NEM BEIRA - Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

LÁGRIMAS DE CROCODILO - É uma expressão usada para se referir ao choro fingido. O crocodilo, quando ingere um alimento, faz forte pressão contra o céu da boca, comprimindo as glândulas lacrimais. Assim, ele chora enquanto devora a vítima.

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS - Lugar longe, distante, inacessível. Como todos sabem, depois de trair Jesus e receber 30 moedas, Judas caiu em depressão e culpa, vindo a se suicidar enforcando-se numa árvore. Acontece que ele se matou sem as botas. E o dinheiro não foi encontrados com ele. Logo os soldados partiram em busca das botas de Judas, onde, provavelmente, estaria o dinheiro. A história é omissa daí pra frente. Nunca saberemos se acharam ou não as botas e o dinheiro. Mas a expressão atravessou vinte séculos.

NHEN NHEN NHEM - Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona. Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA - Estar distante, pensativo, alheio a tudo. Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus quando se afastavam de sua religião e, em outras ocasiões, sacrificados a Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar "pensando na morte da bezerra". Consta que meses depois veio a falecer.

VAI TOMAR BANHO - Quando alguém aborrece a nossa paciência, falamos esta frase! Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

O GATO COMEU SUA LÍNGUA - A expressão surgiu em 500 A.C. na Assíria. Soldados vencidos e criminosos tinham a língua cortada e dada aos gatos

SALVO PELO GONGO - A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. As vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria “saved by the bell”, ou “salvo pelo gongo”, expressão usada por nós até os dias de hoje.

PUXA SACO - A expressão puxa-saco começou a ser usada na era militar. Os oficiais não colocavam suas roupas em malas, mas em sacos durante as missões. E quem carregava, as bagagens para tudo que é lado eram os... soldados!!! As roupas, os mantimentos eram carregados em sacos e os soldados levavam tudo deles e dos seus oficiais, lá dos chefões dos quarteis, como cabo, general etc... Levar esses sacos era algo pesado e contra a vontade pois era obrigatório e não opcional. Então os sacos eram puxados e isso virou sinônimo de submissão, bajulação. A expressão "puxa-saco" com o passar dos anos passou a definir todos que bajulavam superiores ou qualquer outra pessoa para agradar


MARIA VAI COM AS OUTRAS - É a pessoa que não tem opinião, que obedece ao comando dos outros, que se deixa convencer com a maior facilidade. A expressão teve origem em Portugal. Dona Maria I, mãe de D. João VI, portanto, avó de D. Pedro I e bisavó de D. Pedro II, de um dia para outro enlouqueceu. Declarada incapaz de governar, foi afastada do trono. Passou a viver recolhida e só era vista quando saia para caminhadas a pé, escoltada por numerosas damas de companhia. Quando o povo via sua rainha levada pelas damas nesse cortejo, costumava comentar: “Lá vai D. Maria com as outras”. Muita gente perfeitamente sã abre mão da vontade própria por comodismo ou conveniência. Prefere seguir passivamente a boiada.

SAIR À FRANCESA - Significado: Sair de uma festa ou cerimônia sem se despedir.
Histórico: Pode ter origem em costume francês ou na expressão “saída franca”, indicando mercadorias sem impostos, que não precisam ser conferidas. Como os franceses primam justamente pela etiqueta, não concordaram com a frase e a mudaram para “sair à inglesa”. Alguns pesquisadores situam o surgimento da expressão na época das invasões napoleônicas na Península Ibérica (1810-1812), mas o escritor português Nicolau Tolentino de Almeida (1740-1811), cuja poesia satírica visava aos usos e costumes de Lisboa, registrou-a muito antes nestes versos: “Sairemos de improviso/ despedidos à francesa”.

FICAR A VER NAVIOS - Significado: Ficar sem nada.
Histórico: Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

PÔR EM PRATOS LIMPOS - Significado: Metáfora na resolução de conflitos.
Histórico: O primeiro restaurante foi aberto na França em 1765. Estabeleceu-se desde o início que a conta seria paga após a pessoa comer, ao contrário do que depois veio a acontecer com os lanches rápidos. Quando o dono ou o garçom vinha cobrar a conta e o cliente ainda não havia feito a sua refeição, os pratos limpos eram a prova que ele nada devia.

DEIXAR AS BARBAS DE MOLHO - Significado: Ficar de sobreaviso, acautelar-se, prevenir-se.
Histórico: Na Antigüidade e na Idade Média a barba significava honra e poder. Ter a barba cortada por alguém representava uma grande humilhação. Essa idéia chegou aos dias de hoje. Um provérbio espanhol diz que “quando você vir as barbas de seu vizinho pegar fogo, ponha as suas de molho”. Todos devemos aprender com as experiências dos outros.

CHORAR AS PITANGAS - Significado: Chorar muito.
Histórico: O nome pitanga vem de pyrang, que, em tupi, significa vermelho. Portanto, a expressão se refere a alguém que chorou muito, até o olho ficar vermelho.

3 comentários:

  1. OI,

    gostei mt do seu blog... acabo de adicionar na lista de links brilhantes lá no meu (Amando o Próximo)


    abração,
    fique na graça!

    ResponderExcluir
  2. Gostei do blog. Muito interessante, mas não consegui ler direito, pois as letras estão claras. O plano de fundo é lindo, se der escurece um pouco mais as letras. Desculpas, sem ofensas e obrigada.

    ResponderExcluir