terça-feira, 16 de agosto de 2011

Não é estupro se for na Globo.

Gente, copiei porque assinei embaixo.
Fonte: http://rodsilva.wordpress.com/2011/08/03/nao-e-estupro-se-for-na-globo/#comment-352
Segue na íntegra.



Não é estupro se for na Globo

Paralelo a tudo isso, a nova sensação do sempre engraçadíssimo e inovador Zorra Total [/ironia] conta da história de uma transexual e sua amiga feia que andam em um metrô lotado e suas desventuras cotidianas. Tudo isso em meio a um bordão que se popularizou rapidamente: Ai, como eu tô bandida!
O roteiro do quadro não muda: Janete encontra Valéria, elas comentam sobre a cirurgia de mudança de sexo de Valéria, fazem uma brincadeira de “você gosta?” – “gosto” até o infinito que irrita o telespectador e a personagem, Valéria dá meia dúzia de patadas e apelidos em Janete e, por fim, alguém abusa sexualmente de Janete no vagão lotado. Neste momento Valéria, muito debochada, diz pra amiga aproveitar o momento porque não é sempre que uma mulher como ela tem esse tipo de sorte. Ou seja, em meio a todas as claques e clichês que imperam no programa de sábado, ensinamos semanalmente que a mulher não deve reagir ou se ofender caso seja sexualmente abusada, e caso venha a sofrer um estupro, deve se sentir sortuda, pois nenhum homem gostaria de se envolver com uma mulher feia. Percebam que é exatamente a mesma piada que saiu da boca de Rafinha Bastos e foi absurdamente pisoteada. Porém na Globo sua projeção é outra, torna-se benéfico. Ignora-se o fato do desrespeito a dignidade. O pior de tudo: tal quadro alcança hoje 25 pontos no Ibope. Todo sábado a noite o mesmo roteiro ensina às mesmas pessoas que estupros e abusos sexuais são bençãos, e não devem ser denunciados.
Fica a pergunta: Qual a diferença do estupro de Rafinha Bastos e do estupro de Valéria e Janete? Nenhuma, salvo o poder de penetração da mensagem. Enquanto Rafinha atende a um público mais “elitizado” socio-culturalmente (afinal, ele é defensor do tal ‘humor inteligente’, apesar dos quilos de preconceito), o Zorra Total vai de encontro com um povo que provavelmente não teve acesso a informação e que utiliza na maioria das vezes a televisão como seu quadro negro involuntário. Os quadros subsequentes colocam a mulher como unicamente uma fêmea, um objeto sexual, ridicularizam o fato Presidência do Brasil estar nas mãos de uma mulher e passam uma hora semanal fazendo o retrógrado humor da mulher de pouca roupa, erotizando o telespectador. Esse é o mesmo programa que ensina que estupro é o novo ‘casar e ter filhos’. É um humor machista e misógino. Eu sinceramente não acho a menor graça dessa bandidagem da Valéria.
Aos que não sabem: hoje no Brasil, 43% das mulheres brasileiras sofrem violência doméstica; uma mulher é violentada a cada 12 segundos; a cada duas horas uma mulher é assassinada. E você vai continuar rindo disso?
Por João Marcio



quinta-feira, 4 de agosto de 2011

A vinícola já não dá mais frutos


E então, a garota morreu. Como se já o mundo esperasse por esta notícia, no dia 23 de julho Amy Winehouse foi encontrada morta em sua casa. Eu ouvi frases do tipo "ahh, mas com a vida doida que ela vivia, o fim era esse mesmo!" Depois fiquei refletindo: "meu Deus, ela tinha a minha idade. Como qualquer outra pessoa, carecia de amor. Precisava de colo. Precisava de Deus."

Ela sonhava em ter filhos e em morar em algum lugar distante da vida popular que tinha. Vi um vídeo em que Amy andava de táxi a caminho da primeira gravadora com que firmaria contrato, cerca de uns 12 anos atrás. Era uma menina muito doce, com aquela cara de entusiasmo por verem as coisas "dando certo" pra sua carreira. O taxista perguntou: você será famosa? e ela disse "não sei", toda tímida. E ele pergunta: qual seu nome, pra eu saber depois se vc ficou famosa. "Amy Winehouse", responde a menina.

Ninguém pode negar: seu timbre de voz era maravilhoso, sua voz era inconfundível. Não há como deixar de notar o poder que seu estilo tinha, num jazz moderno e controverso, extremamente bem tocado e composto.

Andei analisando e percebi que suas canções tratavam sempre de amores mal-resolvidos, decepções com homens do tipo canalha e o quanto lhe caía bem a companhia das drogas. Falava de si. Acredito que queria desabafar, de certa forma.

Amy vivia uma vida conturbada, abusando sempre do álcool e das drogas. A maioria das histórias de grandes artistas que também agiam assim também tiveram fim parecido, infelizmente não chegam muito longe.
Renato Russo cantou "é tão estranho, os bons morrem jovens". Ele mesmo acabou cumprindo sua própria profecia.

Esse caminho conturbado deve ser, de alguma forma, atraente, gostoso, porque se não fosse, ninguém seguiria por ele. Acontece que para toda ação existe uma reação. Não é possível de uma única fonte jorrar água doce e amarga. Em algum momento, um dos caminhos será eliminado. No caso de Amy, o caminho da vida.

Uma das lições que posso enxergar é essa: o caminho da desobediência sempre leva à mote. Não digo somente a morte fisica, mas a morte da alma, do coração. A morte daquilo que podemos querer conquistar um dia. Desobediência àqueles que nos amam, desobediência aos preceitos de Deus. Sua Palavra nos mostra, insistentemente, o quanto o Senhor anseia que sejamos totalmente Dele e vivamos uma vida na Sua presença.